As conversas na 28ª Conferência do Clima da ONU foram além do esperado, e o resultado é impactante. O texto final do acordo, anunciado em Dubai, sinaliza uma virada histórica, com a diminuição gradual do uso de combustíveis fósseis e uma proposta ambiciosa de triplicar a capacidade de energias renováveis em apenas dois anos. Além disso, o documento aborda estratégias para operacionalizar o fundo de adaptação climática e a transferência de recursos entre nações ricas e pobres.
Simon Stiell, secretário-executivo da ONU para Mudanças Climáticas, descreveu o texto como vital para o clima, embora não seja uma solução definitiva. O destaque para o abandono dos combustíveis fósseis representa uma vitória parcial para os defensores ambientais.
Reações iniciais foram positivas, com Natalie Unterstell, presidente do Instituto Talanoa, classificando a diminuição dos combustíveis fósseis como uma “vitória retumbante”. Unterstell enfatizou que o cronograma claro para a transição dos combustíveis fósseis precisa se alinhar ao objetivo maior de economias com emissões líquidas zero até 2050.
Contudo, as expectativas para a COP30, que será realizada em Belém em 2025, já geram cobranças sobre o Brasil para assumir uma liderança mais efetiva. Márcio Astrini, secretário-executivo do Observatório do Clima, instiga o Brasil a estabelecer as bases para um acordo robusto que atenda às comunidades vulneráveis e à natureza.
As negociações, que se estenderam até a madrugada, indicam um novo capítulo na luta contra as mudanças climáticas. O Brasil, com otimismo evidente em sua delegação, agora enfrenta a responsabilidade de liderar e promover uma mudança significativa até 2024, especialmente considerando a próxima conferência em Belém.