Os relatórios de Sustentabilidade se tornaram fundamentais para as empresas demonstrarem metas, resultados e registros ambientais, sociais e de governança por meio de documentações e indicadores. Também contribuem como um guia de gestão e melhoria de suas práticas. Inicialmente desenvolvido como ação idealista de algumas marcas empresariais, os relatórios tornaram-se uma prática obrigatória nos últimos anos, impulsionados por organismos multilaterais e empresas globais. A adesão explícita do mercado financeiro ao regramento ESG para os negócios acelerou a necessidade de adequação empresarial em relação à comunicação de suas práticas sustentáveis.
Empresas que usam seus relatórios da maneira adequada, nem deveriam se preocupar sobre sua obrigatoriedade. Esses documentos, quando construídos com um processo robusto de gestão, ajudam a empresa na identificação de riscos e oportunidades, maior eficiência, redução de desperdícios, transparência, ganho de credibilidade, fixação da cultura empresarial, orgulho de pertencimento, atração e retenção de talentos. Externamente, apresenta os valores da governança de forma madura e confiável para os stakeholders. Com isso, adquire melhor reputação de mercado, atrai investimentos, enriquece o relacionamento com clientes e atende a legislação de forma avançada.
Governança e os Gaps
Com o crescimento de frameworks, normas e metodologias, como o GRI (Global Reporting Initiative), SASB (International Sustainability Standard Boards) e TCFD (Task Force on Climate-related Financial Disclosures), surgiu a necessidade de padronização dos relatos, a fim de garantir uma linguagem comum e compatibilidade entre companhias e setores.
A dimensão de governança é central no contexto da crescente demanda de relatórios claros, padronizados e comparáveis, segundo Barbara Meyer, diretora da Ferso. “A gestão sustentável elabora estratégias de monitoramento e coleta dos dados. Além disso, define processos, procedimentos e políticas que demonstram a resiliência da companhia. Por fim, a gestão é orientada pelos riscos e oportunidades, relacionando a aspectos financeiros, monitorados constantemente em seus negócios”, explica.
Nos projetos conduzidos pela Ferso, a equipe avalia os gaps de informações exigidas para cada framework com o objetivo de garantir a qualidade do relato de sustentabilidade. “São identificados pontos de melhorias e planos de ação necessários para o atendimento às normas globais. Para isso, buscamos adequar as informações de maneira transversal na empresa, uma vez que as informações necessárias para os relatos devem sempre estar acompanhadas de sua forma de gestão, considerando riscos, oportunidades e como o tema é administrado pela alta liderança”, ressalta a diretora.
Alinhamento
Diante do uso de normas variadas como o GRI, SASB, TCFD, o mercado financeiro internacional propôs a criação dos relatos com uma linguagem comum. Assim, foram desenvolvidas pela International Financial Reporting Standardsas (IFRS), as normas S1 e S2, bem como a European Sustainability Reporting Standards (ESRS). No caso das S1 e S2, com a vantagem dos reportes serem quantificáveis, traduzidos em número, volume e porcentagem. E todas as informações sendo apresentadas juntas com o balanço patrimonial das empresas.
Os relatórios de sustentabilidade, especialmente quando padronizados por essas normas representam um marco no alinhamento entre sustentabilidade e finanças. Tal evolução fortalece a transparência das empresas e contribui para a construção de uma economia global mais resiliente e sustentável. A adesão a essas normas é um passo essencial para empresas que desejam se destacar no cenário competitivo atual, onde responsabilidade socioambiental e desempenho financeiro andam lado a lado.