As projeções climáticas são claras, as emissões de gases de efeito estufa (GEE) no setor de refrigeração podem mais que dobrar até 2050. No entanto, há esperança e soluções palpáveis. Em um documento divulgado na COP28, foi discutido como medidas específicas podem frear esse aumento e, até mesmo, reduzir as emissões entre 60% a 96%, gerando uma economia de US$ 5 bilhões para o setor de energia.
O relatório “The Global Cooling Watch, Keeping it Chill: How to meet cooling demands while cutting emissions”, fruto da colaboração entre o Programa Ambiental da ONU e o Compromisso de Resfriamento Global, destaca áreas cruciais para um resfriamento sustentável.
Resfriamento passivo: Estratégias como isolamento e ventilação podem ser o alicerce para reduzir as emissões.
Padrões de eficiência energética elevados: Investir em tecnologias e práticas que reduzam as contas de energia, proporcionando benefícios duplos.
Redução progressiva dos refrigerantes: Um ponto vital para desacelerar as emissões setoriais.
O cumprimento dessas áreas pode resultar em uma descarbonização significativa da rede elétrica, reduzindo as emissões em até 96%. Adotar as recomendações do relatório não apenas contribuirá para a redução de 3,8 bilhões de toneladas de CO2 até 2050, mas também economizará US$ 17 bilhões em contas de energia cumulativamente entre 2022-2050.
Entretanto, o acesso à refrigeração é uma preocupação global. Cerca de 1,2 bilhão de pessoas na África e Ásia ainda carecem de serviços de refrigeração, colocando vidas em risco devido ao calor extremo. É crucial que o crescimento no setor de refrigeração não comprometa a transição energética e intensifique os impactos climáticos.
O setor privado tem um papel vital nesse cenário, com financiamentos e inovações que impulsionem o resfriamento sustentável. Negócios e países em desenvolvimento devem repensar seus modelos, considerando financiamentos concessionais e incorporando critérios de resfriamento sustentável nas práticas de crédito dos bancos.