Em um anúncio feito durante a COP28, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgou um estudo revelador sobre o futuro da descarbonização da indústria brasileira. De acordo com as projeções, serão necessários investimentos significativos, cerca de R$ 40 bilhões até 2050, para atingir a tão necessária neutralidade climática. Vamos explorar as descobertas e desafios delineados por este estudo visionário.
O caminho para uma economia de baixo carbono é cheio de desafios, e o estudo destaca um dos principais obstáculos: o alto custo de capital no Brasil. Este fator, combinado ao chamado “Custo-Brasil”, eleva os investimentos em tecnologias e processos mais limpos, tornando a transição uma tarefa complexa. Contudo, a CNI vê um potencial significativo se as condições econômicas e políticas certas forem estabelecidas para atrair investimentos e impulsionar a inovação.
O estudo da CNI destaca alguns setores com potencial notável de mitigação das emissões de gases de efeito estufa (GEE) a médio e longo prazo. Entre eles, encontram-se os setores de cimento, siderurgia, alumínio e florestas plantadas. A transição para tecnologias mais limpas nesses setores pode resultar na redução expressiva de milhões de toneladas de CO2 até 2050.
A CNI projetou três cenários para avaliar se o Brasil alcançará suas metas climáticas. No cenário referência, mantendo as metas atuais sem uma política de precificação de carbono, as emissões permanecem estáveis, comprometendo a neutralidade climática. Nos cenários 1 e 2, que envolvem a adoção de políticas de precificação de carbono, as perspectivas são mais otimistas, indicando emissões reduzidas e crescimento econômico.
O estudo conclui que através de uma política de precificação de carbono e do mercado de carbono, o Brasil pode atingir a neutralidade climática até 2050 e, ao mesmo tempo, impulsionar a atividade econômica do país, reduzindo o desemprego. Uma abordagem equilibrada, que utiliza as receitas geradas para reduzir distorções econômicas e incentivar a criação de empregos, parece ser a chave para cumprir os compromissos do Acordo de Paris.