A COP28 trouxe à tona a importância crucial de investimentos para práticas sustentáveis, e um painel promovido pelo Pacto Global da ONU no Brasil reuniu gigantes financeiros para discutir estratégias.
Executivos do Itaú Unibanco, Banco do Brasil, Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e Ministério da Fazenda participaram do evento “Transição no Sul Global: Construindo uma Economia Net Zero”. A discussão focou em como essas instituições estão comprometidas com práticas que não só garantam a floresta em pé, mas também ofereçam retorno financeiro para as comunidades.
O destaque ficou para o “Plano Amazônia”, uma colaboração entre Itaú, Bradesco e Santander, que delineia dez eixos de trabalho. Essas estratégias, construídas em torno da conservação ambiental, desenvolvimento da bioeconomia, investimento em infraestrutura sustentável e garantia dos direitos básicos da população amazônica, buscam transformar a região.
Milagros Rivas, do BID Invest, mencionou a “Coalizão Verde”, uma parceria BID-BNDES destinada a mobilizar entre US$ 10 bilhões e US$ 20 bilhões para desenvolvimento sustentável. A iniciativa visa criar uma plataforma de crédito sustentável para micro, pequenas e médias empresas, contribuindo para uma economia verde e preservação da Amazônia.
José Ricardo Sasseron, do Banco do Brasil, enfatizou que não falta dinheiro para tais iniciativas. Ele mencionou que o banco tem cerca de 13 bilhões em financiamento para energia renovável, com potencial para chegar a 30 bilhões, destacando que o desafio está na estruturação eficiente desses investimentos.
Além de manter a floresta em pé, o debate enfatizou a necessidade em estabelecer a regulamentação do mercado de carbono e considerações sociais nas comunidades. Fernanda Santiago, assessora especial do Ministério da Fazenda, ressaltou o Plano de Transformação Ecológica apresentado durante a COP28. Este plano ambicioso, com custo estimado entre US$ 130 bilhões e US$ 160 bilhões por ano, busca estimular investimentos que combinem práticas ambientais com a melhoria da renda nas comunidades locais, criando uma simbiose entre sociobiodiversidade e desenvolvimento econômico sustentável. As discussões e alianças formadas durante a COP28 apontam para um futuro mais verde e inclusivo no cenário financeiro global.