As práticas ESG, conjunto de atividades voltadas para a preservação do meio ambiente, responsabilidade com a sociedade e transparência empresarial, seguem em destaque no Brasil e no mundo. Para isso, uma série de eventos de grande porte estão espalhados em território nacional, ao longo do ano, antecipando a COP 30. As empresas estão empenhadas em graduar práticas e resultados sustentáveis, independente de conjunturas políticas e econômicas, em uma sinalização clara que a governança organizacional apresenta um perfil mais ambicioso.
As iniciativas também estão avançando em direção às empresas que lidam diretamente ao consumo de massa. A Associação Brasileira de Franchising, por exemplo, publicou, no início de fevereiro, uma reportagem intitulada “Mudanças climáticas e a população ambientalmente mais consciente tornam os negócios sustentáveis tendências para 2025”. No texto, a orientação taxativa: “Investir em negócios sustentáveis não é apenas uma escolha ética, mas também uma demanda do consumidor que gera oportunidades para empreendedores e investidores”.
“Na prática, a agenda ESG está em movimento próprio, independente das conjunturas. É importante reforçar que a governança responsável continuará avançando em direção ao futuro”, explica Edson Ferreira, diretor da Ferso.
Ações programadas
Em maio, a Associação Brasileira de ESG promove um dos maiores eventos do setor no Congresso Nacional de ESG, que terá como tema central “Liderança Visionária – Conectando Sustentabilidade, Diversidade e Inteligência Artificial”. Empresas líderes e atores protagonistas das questões sustentáveis devem abordar mais de 24 tópicos como, por exemplo, mitigação das mudanças climáticas, transição energética e a integração de metas ESG no centro das operações organizacionais.
Já o Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável, CEBDS, representante de 116 companhias de grande porte no pais, anunciou a criação de dois novos cargos de liderança para o grupo focados na COP 30. A entidade planeja consolidar a participação do setor privado na agenda de sustentabilidade no Brasil e fortalecer uma aliança internacional junto ao Conselho Empresarial Mundial para o Desenvolvimento Sustentável, WBCSD, sediado em Genebra, na Suíça. O objetivo da entidade é se articular com o “COP-30 CEO Action Advisory Board”, grupo de líderes globais selecionados pelo WBCSD e CEBDS com histórico de engajamento empresarial no Brasil.
Investimentos
Para este ano, ainda, haverá o segundo leilão do programa de compra subsidiada de hidrogênio verde da Alemanha destinado também a projetos fora da Europa, o mecanismo H2Global. O leilão contará com aporte público que soma mais de € 3 bilhões e contemplará projetos na América do Sul, estruturado em lotes regionais, garantindo um portfólio diversificado de fornecedores.
No segundo semestre, o governo brasileiro pretende fazer o primeiro leilão de áreas no mar para exploração eólica. A fonte eólica viveu um crescimento expressivo no Brasil nos últimos 15 anos, saindo de uma potência total de 600 Megawatts (MW) em 2009 para chegar a mais de 33,6 mil MW em 2024. Nos próximos cinco anos, a previsão é de que mais 23,2 mil MW entrem em operação no país.