A Nova Economia da Amazônia (NEA) está surgindo como uma oportunidade promissora para impulsionar o desenvolvimento sustentável na região. De acordo com o estudo “A Nova Economia da Amazônia”, apresentado na Conferência Panamazônica de Bioeconomia, a NEA, orientada pelo Acordo de Paris e com ênfase em metas como desmatamento zero e restauração florestal, tem o potencial de adicionar R$ 40 bilhões ao PIB até 2050. Além disso, espera-se a criação de 312 mil novos empregos, o aumento de 81 milhões de hectares de florestas preservadas e um acréscimo de 19% no estoque de carbono.
Para alcançar esses resultados positivos, serão necessários investimentos significativos. Estima-se que os recursos destinados à NEA correspondam a 1,8% do PIB nacional por ano, em comparação com 1% no cenário referencial. Dos R$ 2,56 trilhões adicionais necessários para essa transformação estrutural, cerca de R$ 442 bilhões seriam destinados à agricultura e pecuária de baixa emissão de carbono, R$ 217 bilhões à bioeconomia e restauração, R$ 410 bilhões à matriz energética e impressionantes R$ 1,49 trilhões à infraestrutura.
No entanto, o estudo também destaca que a economia atual da Amazônia Legal é deficitária em termos de transações comerciais e superavitária em emissões de carbono. A região atualmente funciona como um fornecedor de insumos de baixo valor agregado para a economia nacional e internacional, exportando produtos primários e importando bens e serviços de maior valor agregado. Esse modelo econômico precisa ser transformado para que a NEA alcance seu pleno potencial.
“A estratégia de escala da bioeconomia, que gera os melhores resultados sociais, ambientais e econômicos para a NEA, é baseada na multiplicação de arranjos produtivos inclusivos, diversos e fundamentados nas habilidades e inteligências locais”, destaca o relatório. O estudo também analisa setores específicos, como mineração, infraestrutura e agropecuária, para identificar oportunidades e desafios nessa jornada de transição.
A Nova Economia da Amazônia é uma iniciativa conduzida pelo WRI Brasil em parceria com instituições de pesquisa de diferentes regiões do país, visando a construção de um modelo econômico sustentável e inclusivo para a região.
A Conferência Panamazônica de Bioeconomia, que acontecerá em Belém (PA) nos dias 21 e 22 de junho, reunirá diversos atores envolvidos para discutir e elaborar recomendações que serão encaminhadas aos chefes de estado dos países amazônicos. O objetivo é viabilizar economias socialmente inclusivas, alinhadas aos desafios climáticos e à preservação da biodiversidade, garantindo a proteção de 80% da Amazônia para evitar seu ponto de não retorno.