Os países enfrentam um desafio significativo: expandir o reflorestamento e a conservação de florestas para impulsionar o desenvolvimento da sociobiodiversidade e estruturar o mercado de carbono no país. No final de janeiro, essa foi a discussão central realizada no evento “Fomentando o financiamento e a colaboração para a restauração da natureza brasileira”, promovido pela Salesforce, Natura e pelo World Resources Institute (WRI Brasil) em São Paulo.
No evento, Tereza Campello, diretora socioambiental do BNDES, apresentou os esforços do banco para reorganizar sua agenda de créditos e recursos não reembolsáveis, visando promover o restauro florestal. Um exemplo é o edital Restaura Amazônia, que destinará R$450 milhões do Fundo Amazônia para projetos de restauração ecológica, essenciais para evitar o ponto de não-retorno na destruição da floresta.
Além do apoio governamental, a mobilização do setor privado é fundamental. José Pugas, chefe de ESG da JGP Asset Management, também presente na discussão, enfatizou a importância de convencer os investidores a adotar uma visão de longo prazo, incentivando modelos agroflorestais inovadores. Bernardo Strassburg, CEO da Re.Green, destacou a necessidade de investimento em pesquisa e desenvolvimento para atingir a escala necessária sem comprometer a qualidade, citando um exemplo de sucesso na Bahia, onde um plano de restauração de dez anos foi desenvolvido pela Re.Green e resultou em renda para uma comunidade Pataxó.
Acordos e compromissos concretos também estão sendo estabelecidos. A Mombak, em parceria com a Microsoft, assinou um acordo para a remoção de 1,5 milhão de créditos de carbono, permitindo o restauro de 25 florestas na Amazônia. A Suzano, por sua vez, está investindo em restauração ecológica em todos os seus sites, atrelando 40% de sua dívida aos indicadores de sustentabilidade.
Em síntese, a convergência de esforços entre o setor público e privado, aliada ao compromisso assumido por diversas empresas em formar a aliança Biomas, demonstra um caminho promissor em direção à restauração e conservação ambiental. Essa união de forças não apenas visa proteger 4 milhões de hectares de matas nativas em ecossistemas naturais do Brasil, mas também abre portas para um desenvolvimento sustentável, equilibrando as necessidades econômicas com a preservação do meio ambiente e impulsiona novas oportunidades e investimentos para construir um futuro mais resiliente e próspero para todos.