O Pacto Global da ONU no Brasil acaba de anunciar uma iniciativa pioneira para impulsionar a transição energética dos portos e transporte marítimo no país: o Grupo de Trabalho de Negócios Oceânicos. Em parceria com o Porto do Açu, esse hub corporativo tem como objetivo mapear cenários nacionais e internacionais relacionados à transição energética e descarbonização dos setores marítimo e portuário.
A Ocean Stewardship Coalition, conduzida pelo time de oceano do Pacto Global, sediado na Noruega, será a responsável pela gestão da iniciativa no Brasil, através da Rede Brasil. Com mais de 30 empresas já inscritas para participar, o grupo se dedicará a explorar a adoção de combustíveis alternativos nos portos nacionais.
De acordo com levantamento realizado, nenhum dos portos avaliados possui infraestrutura pronta para combustíveis alternativos. Apenas dois estão construindo tais estruturas, com o intuito de receber embarcações movidas a biometano, amônia, biogás e hidrogênio verde. Além disso, 91% dos portos avaliados não possuem campanhas de incentivo para redução de emissões geradas pelo transporte marítimo e cerca de 67% não estabeleceram metas de eficiência energética e descarbonização.
Carlo Pereira, CEO do Pacto Global da ONU no Brasil, destaca a importância do transporte marítimo e das operações portuárias na jornada rumo ao carbono zero. A iniciativa espera contar com a participação de empresas e entidades governamentais que dependem do transporte marítimo e portos, unindo esforços para combater as mudanças climáticas.
A Plataforma de Ação pela Água e a Plataforma do Clima do Pacto Global da ONU concentrarão seus esforços nas empresas participantes da rede brasileira da iniciativa. O setor de navegação, responsável por cerca de 80% do volume do comércio global e por aproximadamente 3% das emissões globais de GEE, tem como meta atingir emissões líquidas zero até 2050, com redução total de 20% a 30% até 2030 e entre 70% e 80% até 2040.
José Firmo, CEO da Porto do Açu Operações, destaca a visão de que o Porto do Açu pode contribuir diretamente para a transição energética no Brasil. Com a integração entre diversos players, esse grupo de trabalho será essencial para a construção de um futuro sustentável no país.
O Grupo de Trabalho de Negócios Oceânicos pretende criar cases de sucesso sobre a transição energética nos mares brasileiros, contando com a participação de empresas dos mais diversos setores, como óleo e gás, mineração, agricultura, logística e portos. A união de esforços é o caminho para o progresso na descarbonização marítima e portuária, rumo a um futuro mais sustentável e responsável com o meio ambiente.