O Tesouro Nacional está prestes a dar um passo significativo em direção à sustentabilidade financeira. Entre os dias 11 e 15 de setembro, será realizado um “non-deal road show” para apresentar a investidores internacionais a proposta de emissão de títulos públicos sustentáveis. Essa iniciativa marcará a primeira vez que o governo brasileiro lançará títulos desse tipo no mercado internacional, com previsão para ocorrer até o final deste ano.
Os encontros com investidores serão realizados em Londres, onde o objetivo principal é elucidar o arcabouço que sustenta a emissão desses títulos. O arcabouço, um documento abrangente, detalhará os compromissos do Brasil nas áreas ambiental, social, de governança e financeira. Além disso, trará as orientações e critérios que a União seguirá para lançar esses títulos no mercado.
Essas etapas, o arcabouço e o “non-deal road show”, constituem fases preliminares à emissão dos títulos no mercado internacional. A data precisa e o volume da emissão dependerão das condições do mercado financeiro naquele momento.
Uma abordagem interessante é a escolha do “non-deal road show” ao invés do tradicional “road show”. Nesse formato, a proposta do governo é apresentada aos investidores sem um compromisso imediato de venda dos títulos. Isso significa que, quando o Tesouro identificar condições favoráveis, poderá efetuar a emissão sem estar vinculado a datas fixas. Esta abordagem evita a necessidade de realizar um novo “road show”.
Ainda que cauteloso, o Tesouro Nacional mantém o compromisso de emitir os títulos até novembro. Esse plano, que é uma prioridade para o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, durante o segundo semestre, não apenas alinha o Brasil com a agenda ESG global, mas também torna o país mais atraente para investidores.
É essencial notar que esses títulos sustentáveis não estão restritos apenas a iniciativas ambientais e são relacionados a despesas do Orçamento que possuem impactos sociais e ambientais. Essa abordagem mais ampla reflete o compromisso do Brasil em uma abordagem verdadeiramente holística em relação à sustentabilidade. A emissão desses títulos representa um passo significativo para integrar princípios ESG nas finanças nacionais.