Um estudo divulgado pelo Net Zero Industrial Policy Lab (NZIPL), da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, posiciona o Brasil como um dos quatro países com maior potencial para liderar a transição energética global até 2050, ao lado de China, Estados Unidos e Rússia.
O estudo destaca ainda sete setores-chave onde o Brasil pode se destacar na transição para energias limpas. Entre eles estão minerais críticos, baterias, veículos elétricos com biocombustíveis, combustíveis sustentáveis para aviação, energia eólica, aço de baixo carbono e fertilizantes verdes. Essas áreas representam oportunidades de crescimento e inovação, fortalecendo a economia verde do país.
A posição do Brasil se deve às suas vantagens, como uma forte presença de fontes renováveis na matriz energética, vastas reservas de minerais estratégicos e uma indústria consolidada. Segundo Yuri Pinto, analista de Pesquisa Energética na Empresa de Pesquisa Energética (EPE), “em 2024, a matriz energética do Balanço Energético Nacional (BEN, EPE) apontou que as renováveis representam 50% da Oferta Interna de Energia (OIE) no Brasil”.
Grande player
Atualmente, o Brasil já é um grande player no setor de energia limpa, sendo o terceiro maior mercado de energia eólica do mundo. Sua capacidade de produção de baterias chega a 15 GW, o que equivale a 1,2% da produção global. Para avançar ainda mais, o estudo recomenda que os recursos previstos no programa Nova Indústria Brasil sejam utilizados de forma estratégica, com foco em setores prioritários e maior investimento em educação e inovação.
O país também se destaca por sua matriz elétrica limpa, com cerca de 90% da energia gerada proveniente de fontes renováveis, como hidrelétricas, solar, eólica e biomassa. A energia solar já ultrapassou 55 GW de capacidade instalada, enquanto a energia eólica conta com mais de mil parques e cerca de 31 GW em operação. Esses setores já geraram mais de 1,3 milhão de empregos e ajudaram a reduzir significativamente as emissões de CO₂.
Yuri reforça a importância desse momento: “O Brasil tem grande potencial para ser protagonista na transição energética e na economia verde global. Investir em fontes de energia de baixa emissão não só ajuda o meio ambiente, como também cria oportunidades de crescimento e desenvolvimento socioeconômico para o país.”